segunda-feira, 21 de março de 2011

Policiamento no Marajó é intensificado

A Secretaria de Segurança Pública está montando, com a integração de recursos humanos e materiais das polícias Civil e Militar, um plano especial de combate ao roubo de gado, à pirataria e ao tráfico de drogas no arquipélago marajoara e em toda a zona estuarina, até próximo à capital. Na repressão ao roubo de gado, a Segup já está atuando em parceria com a Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado) e com a Federação da Agricultura e Pecuária (Faepa), que representa o setor produtivo rural paraense.
Para discutir alguns detalhes do plano e calibrar futuras ações operacionais, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Alfredo Souza Solano, participou sexta-feira, na sede da Faepa, de uma demorada reunião com o presidente da entidade, Carlos Fernandes Xavier, e toda a sua diretoria. Do encontro também participaram o diretor de Polícia do Interior da Polícia Civil, delegado Sílvio Maués, e o diretor operacional da Adepará, Sálvio Silva.
O coronel Mário Solano disse, ao final da reunião, que a Polícia Militar está aperfeiçoando e aumentando o controle do policiamento no arquipélago marajoara, objetivando melhorar a sua estrutura na região. O comando afirma que a PM está direcionando o foco de sua atuação no Marajó para o combate ao tráfico de drogas ilícitas, à pirataria (assaltos a embarcações), aos crimes contra crianças e adolescentes e ao furto e roubo de gado.
“É uma mudança de comportamento na gestão da segurança pública para o Marajó, rompendo a tradição de isolamento da região e lhe dando o tratamento prioritário”, disse o comandante da PM. O coronel Mário Solano garantiu que a PM está trabalhando com informações de inteligência e análise científica de dados. A PM estaria se valendo desse esforço para tomar as providências para movimentação de tropas na região.
Sem explicitar números, o comandante informou ainda que, até o próximo mês de junho, a PM aumentará o seu efetivo no arquipélago marajoara e ampliará seus recursos materiais para tornar mais efetivas as operações de policiamento. A adoção dessas providências e a integração com a Polícia Civil, mais o apoio da Adepará e do setor privado, conforme frisou, deverão tornar mais eficiente o trabalho de policiamento.
A ideia seria contornar, no estuário amazônico, as dificuldades próprias de um Estado de dimensão continental, costeado pela massa atlântica e banhado por vastas extensões de águas interiores espraiadas por uma infinidade de furos, rios e igarapés. Segundo a PM, duas lanchas novas já estão operando nos rios da região, dando suporte ao trabalho.
LANCHAS
A Polícia Civil do Pará disponibilizou dez novas lanchas de alta velocidade para apoio aos trabalhos de investigação e em ações preventivas no interior do Estado. Segundo o delegado Sílvio Maués, dois municípios - Soure e Afuá, no Marajó - já receberam as embarcações. As demais serão entregues nos próximos dias aos municípios de Anajás, Breves, Cametá, Limoeiro do Ajuru, Tucuruí, Altamira e Juruti.
O diretor de Polícia do Interior admitiu que as dificuldades da Polícia Civil no Marajó são ainda maiores do que as da Polícia Militar, em virtude do déficit na sua estrutura de pessoal. “Esperamos contornar esse problema a partir do concurso público”, afirmou Sílvio Maués. A realização de concurso para a área de segurança, ainda este ano, foi anunciada na quarta pelo governador Simão Jatene, que prometeu contratação de 1.400 novos policiais - mil destinados à PM e 400 à Polícia Civil.
Como solução emergencial, o delegado anunciou que está sendo feito um redimensionamento para recompor os efetivos da Polícia Civil nas áreas onde as carências são mais acentuadas. Desse modo, foram aumentados os efetivos da Polícia Civil em cidades como Ponta de Pedras, Soure e Salvaterra.
Maués informou ainda que já começa a dar resultados o trabalho conjunto das polícias Civil e Militar com o apoio da Adepará, em operações de apreensão de gado roubado e prisão de criminosos. Recentemente, segundo ele, houve pelo menos cinco operações bem-sucedidas. Três delas ocorreram só nesta semana. Na Vigia, a Polícia Civil apreendeu oito animais roubados e o barco em que eram transportados. As investigações descobriram quatro embarcações envolvidas na ação criminosa, transportando ao todo 40 cabeças.
Em Barcarena, foram apreendidos 23 animais. De quebra, técnicos da Adepará ainda interditaram um matadouro clandestino. Outra operação, em Curralinho, no Marajó, apreendeu 30 cabeças de gado. Segundo o diretor operacional da Adepará, Sálvio Silva, os técnicos da agência que participam das operações verificam as condições sanitárias dos animais que estão sendo transportados, tentam identificar procedências e procuram checar a legalidade da documentação. Casos de irregularidade passam à esfera policial. (Diário do Pará)

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