O Bispo do Marajó, Dom José Luiz Ascona, está encabeçando um grupo de lideranças políticas da região marajoara, com o objetivo de ressuscitar a antiga proposta de criação do Território Federal do Marajó, lançada, inicialmente, pelo ex-deputado estadual do Amapá, Benedito Dias(PPB), em 2002, através de um projeto de Decreto Legislativo.
De acordo com o projeto, seria realizado um plebiscito nos 16 municípios que integram o arquipélago marajoara para a criação do Território Federal do Marajó. Com a aprovação, um projeto de Lei Complementar seria apresentado para, desta vez, promover a criação definitiva do território.
O Marajó possui uma área que abriga 16 municípios que, juntos, alcançam a extensão territorial de 104.606,9 quilômetros quadrados. Equivalendo a países como a Holanda e a Bélgica, juntas. A população ultrapassa 450 mil habitantes. O arquipélago apresenta, além da vocação agropecuária, um potencial turístico inexplorado.
Mas, apesar de tudo isso, a Ilha de Marajó está mergulhada na pobreza, em meio a um mar de dificuldades e abandono. As deficiências vão dos transportes e saúde à educação, incluindo a falta de um hospital regional, cuja construção foi concluída no município de Breves, mas que, até hoje, não entrou em funcionamento.
De alguns municípios do Marajó para chegar a Belém, por via fluvial, é percorrida uma distância que dura, em média, 36 horas – o que faz com que quase sempre as pessoas recorram ao município de Macapá, que acaba sendo bem mais próximo.
Foram esses os principais motivos defendidos pelas lideranças políticas e pelo bispo Dom Luiz Azcona, que justificam a defesa da transformação da região em Território Federal. Transformado em território, o Marajó passaria a ter representatividade no Congresso Nacional, com três senadores e oito deputados federais, podendo receber recursos diretamente da União, tornando-se totalmente independente do Pará.
Claudio Puty(PT) e Arnaldo Jordy(PPS) coadunam da mesma opinião, favoráveis a realização de um plebiscito, porém observam que ” Precisamos pensar o Pará inserido na região amazônica como um todo. Nossa participação no PIB brasileiro é muito baixa. Dividir com esta pouca participação é manter a agenda negativa, é dividir a miséria e a pobreza“
Já André Dias(PSDB) pronuncia contrário a proposta explicando “Não devemos realizar um plebiscito sem que exista um estudo que de fato respeite uma série de circustâncias que ainda não foram levadas em conta, como cadeias produtivas, econômicas, de logística, de meio ambiente, entre outros fatores”.
O deputado Dudimar Paxiúba (PSDB) é da região do Tapajós e conhece a realidade local. Assim como os principais defensores do processo, os deputados Lira Maia (DEM), Lúcio Vale (PP), Wandenkolk Gonçalves (PSDB), Josué Bengtson(PTB) e Zequinha Marinho (PSC), o estreante promete fazer mobilizações pela aprovação do plebiscito.
Os moradores do Marajó deverão começar a manifestar suas opiniões desde já. Comece dizendo aqui o que você pensa a este respeito. Clique logo abaixo em “Comentários” e escreva o que você acha sobre este assunto.
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