domingo, 21 de agosto de 2011

Estado poderá virar potência do etanol


 
Combustível
Mandioca açucarada plantada em Cametá tem custo 20% menor do que cana-de-açúcar
EVANDRO FLEXA JR
Da Redação
Nos próximos cinco anos, o Pará deverá se tornar um dos principais produtores de etanol do País. Após anos de estudos, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) descobriram o valor da mandioca açucarada - a mandiocaba - na produção do combustível, a um custo 20% inferior ao da cana-de-açúcar. Com a descoberta, produtores rurais de Cametá, a 200 quilômetros de Belém, passaram a mudar a diversidade de plantio dos consórcios, inserindo a mandiocaba como principal cultivo. Eles dizem acreditar que a região do Baixo Tocantins está prestes a vivenciar uma virada no desenvolvimento econômico, em proporções até maiores do que as do ciclo da pimenta.
Ao longo da rodovia BR-422, que interliga os municípios de Cametá, Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Baião e Tucuruí, é possível encontrar mais de 100 mil hectares de área antropizada, dentro das propriedades rurais existentes num trecho de 280 quilômetros. A região, que possui o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Estado (0,68), perdendo apenas para a do Xingu (0,67), sobrevive atualmente, em grande parte, do plantio do açaí e da andiroba. Com o projeto que visa extrair o etanol da mandiocaba, somente na primeira etapa, mais de 500 famílias residentes nos municípios de Cametá, Oeiras do Pará, Baião e Limoeiro do Ajuru serão beneficiadas.
Os estudos mostram que a mandiocaba é rica em glicose e sacarose, o que aumenta a utilidade da matéria-prima como matriz energética. O insumo, após convertido em etanol, implica menos desperdícios do que a cana-de-açúcar. Diferentemente da mandioca tradicional, na mandiocaba é possível encontrar 35% de glicose, 10% de sacarose e 2% de amido, ao passo que na cana a composição de açúcar não ultrapassa os 12%.

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