terça-feira, 21 de junho de 2011

Contrato adulterado na Jucepa

Croc Tapioca
Ação permitiu que empresa fizesse parte de licitações fraudadas na AL
Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa) "já tem indícios" de que o contrato social da JC Rodrigues de Souza, a "Croc Tapioca", foi ilegalmente adulterado entre os anos de 2007 e 2008, conforme revelou o promotor de justiça Nelson Medrado, que esteve no órgão ontem à tarde. A Croc Tapioca venceu várias licitações comprovadamente fraudadas na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), entre 2005 e 2006, conforme constatou o Ministério Público do Estado (MPE). O dono da empresa é José Carlos Rodrigues de Souza, ex-marido de Daura Hage, que era membro da Comissão de Licitação da Alepa. Segundo Medrado, o contrato social da Croc, originalmente registrado em 2005, informava que a empresa vendia alimentos, materiais hospitalares e de escritório, mas a adulteração teria acrescentado os serviços de engenharia, que a firma já vinha executando na Assembleia desde 2006.
O presidente da Jucepa, Arthur Tourinho, disse ao promotor que instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso na semana passada e já tem indício de quem entrou no sistema do órgão para alterar o documento com o uso de uma senha. "Foi uma alteração criminosa e fraudulenta. Alguém alterou o contrato que já estava arquivado para acrescentar informações. Isso é uma bronca grande. Pelo contrato original, a Croc não poderia vencer as licitações de obras, como venceu. A alteração foi feita para garantir que a fraude (na Alepa) não fosse descoberta", esclareceu o promotor Nelson Medrado.
O MPE apreendeu gravações na casa de José Carlos, de diálogos dele com outros integrantes do esquema fraudes em licitações da Alepa. Numa delas, o outro membro da Comissão de Licitações na época, Sandro Rogério Nogueira Sousa Matos, revela que "pagou Deus e o mundo na Jucepa" para adulterar o contrato da Croc. "É uma quadrilha audaciosa", concluiu o promotor, que vai acompanhar o desenrolar do procedimento administrativo. Ele também investiga se houve alteração no contrato de outra empresa de José Carlos que também vencia licitações na Casa de Leis, a Tópicos Comércio de Gêneros Alimentícios Ltda.

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