A realidade do Marajó
O Arquipélago do Marajó reúne 16 municípios do Estado do Pará, é maior que 7 estados brasileiros e abriga população de 425 mil habitantes. Segundo o TRE, 85% de sua população é analfabeta ou tem baixa escolaridade.
Enquanto a economia do Brasil e do Pará crescem vertiginosamente, a do Marajó está em colapso. Em verdade, o marajoara jamais se beneficiou de seus ganhos econômicos e do patrimônio cultural e natural.
Prioridade ambiental a décadas, com 48 diferentes paisagens, numa das regiões mais complexas e frágeis da Amazônia, até hoje o Marajó não conta com unidades de conservação e de proteção integral. Suas águas também merecem especial atenção, afinal por lá passam 25% de toda a água doce dos rios do Planeta.
A candidatura da SEMA (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) para a Reserva da Biosfera do Marajó é uma oportunidade de mudar este quadro. A criação da Reserva da Biosfera do Marajó (RB Marajó) é uma proposta de instituições governamentais, e antiga reivindicação dos movimentos sociais regionais.
O patrimônio arqueológico do Marajó é um dos mais importantes das Américas, porém continua ameaçado. Não existe sequer um parque para protegê-lo. O único museu na região, o Museu do Marajó, passa por grave crise e necessita de apoio. A cultura, formada por sua mitologia, linguajar, folclore, danças, festejos, culinária, arquitetura e literatura, precisa de urgente atenção, registro e proteção.
As comunidades quilombolas ainda não estão reconhecidas e as ribeirinhas encontram-se isoladas e desprotegidas. Em 2005, o Governo Federal lançou o Plano Marajó, mas ainda há muito a se fazer.
Estes são apenas alguns dos desafios enfrentados pela região que a sociedade civil irá discutir no “Dia do Marajó”.
Palestrante: Ima é agrônoma pela Universidade Federal Rural da Amazônia, mestre em Genética pela Universidade de São Paulo e doutora em Ecologia pela University Of Stirling. Participa de inúmeras redes temáticas de pesquisaque envolvem estudos ecológicos sobre a Amazônia e lidera o projeto INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia. Também como presidente do Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação - EBC. Sua relação com o Marajó vem da infância, quando seu pai era juiz da pequena cidade de Cachoeira do Arari e das idas constantes a Muaná, onde a família possui fazenda, herança de seus pais. Em 2003, Ima presidiu o Museu do Marajó, até assumir a direção do Museu Goeldi em 2005.
Programa:
•17:00 – Abertura – Trailer do documentário “Expedição Marajó”, da Lauper Films
•17:30 – Lançamento da “Rede Marajó” da Sociedade Civil - Leitura da carta de princípios
•18:00 – Manifestação dos signatários da “Rede Marajó”
•18:30 – Palestra Inaugural por Ima Vieira
•19:15 – Debates
•20:00 - Coquetel
Serviço: Lançamento do “Dia do Marajó”. Dia 24 de agosto (terça-feira), às 17h, no MHEP - Museu Histórico do Estado do Pará (Palácio Lauro Sodré, Pça Dom Pedro II s/n - Cidade Velha). Aberto ao público. Informações: 3222 6000. (Diário do Pará
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